NACIONALBRASIL: LANÇAMENTO | Pré-venda do livro "China: onde os extremos se tocam" da Editora IskraRedação
Esquerda Diário
19 de dezembro de 2024
Com prefácio de Bruno de Conti, professor do Instituto de Economia da Unicamp, apresentação de Iuri Tonelo, doutor em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), autor do livro "No entanto ela se move: a crise de 2008 e a nova dinâmica do capitalismo" e contracapa de Esteban Mercatante, economista argentino, militante do Partido dos Trabalhadores Socialistas e autor do livro “El imperialismo en tiempos de desorden mundial” (2021).
Seria a China uma alternativa socialista ao imperialismo belicista dos Estados Unidos e das potências ocidentais? Em “China: onde os extremos se tocam. Trótski, revolução permanente e a crítica ao multilateralismo do capital na era Xi Jinping” vemos que a realidade é mais complexa: a luta contra as atrocidades do imperialismo estadunidense e europeu não pode ser feita por meio de projetos nacionais expansionistas dentro do sistema de Estados do capital. Nesta interpretação marxista sobre o fenômeno chinês, André Barbieri desvela que, ao contrário de uma “esperança socialista”, a China de Xi Jinping constitui um elo orgânico na cadeia de sustentação do capitalismo global, a ela integrada e dela dependente. No contexto convulsivo da crise econômica mundial, da Guerra da Ucrânia e do genocídio do povo palestino pelo Estado de Israel, a China busca desafiar seus rivais para alcançar a cumeeira do atual sistema econômico internacional. Como uma superpotência em ascensão, Pequim passou a disputar nichos de acumulação capitalista às potências tradicionais, projetando internacionalmente o poderio econômico de suas empresas estatais e privadas. Os acordos financeiros e comerciais da China em troca de acesso privilegiado à extração de matérias primas; os intercâmbios de crédito por direitos de exploração de recursos na África e na América Latina; a particular ingerência de Pequim nos assuntos internos de outros países instrumentalizando diplomaticamente seu poderio econômico: tais características constituem para o gigante asiático um novum histórico, que deve ser compreendido em sua complexidade.
Em termos marxistas, a República Popular da China adquire, na vocação expansionista de seu projeto de “grande rejuvenescimento”, traços cada vez mais imperialistas. Com uma estrutura capitalista sui generis, distinta daquela tradicionalmente encontrada no Ocidente, Xi Jinping incrementa a exploração e opressão do mundo do trabalho em seu território, aplicando ajustes econômicos como a reforma da previdência. Internacionalmente, atua como um agente remodelador da ordem mundial dominada pelos Estados Unidos, ambicionando o posto de chefe de uma nova ordem multilateral. A obra que leitor terá em mãos revela que, em realidade, a pugna entre a velha ordem unipolar e o novo multilateralismo significa nada mais que o acirramento das tendências mais destrutivas da época de decadência capitalista, assinalada por Lênin como de crises, guerras e revoluções. Diante da qual, os socialistas precisam ter uma posição independente.
A obra revela como a China traduz a máxima hegeliana de que os extremos se tocam. Um país com trajetória de séculos de opressão se converte em agente opressor dos povos. Tendo passado por uma heroica revolução operária e camponesa, a China viu uma burocracia estatal restaurar o modo de produção capitalista e organizar uma nova classe burguesa. Nascido em 1921 como partido da classe operária, o Partido Comunista Chinês é hoje um dos partidos capitalistas mais poderosos do mundo. E, decisivo para nossa época, uma classe trabalhadora explorada durante décadas, por sua recomposição nas lutas pós-crise de 2008, pode se tornar a força social que reanime a partir do Oriente o melhor da tradição marxista revolucionária.
Tal problemática torna fundamental o apotegma de Marx segundo o qual a luta de classes é a força motriz impulsora da história. Em “China: onde os extremos se tocam. Trótski, revolução permanente e a crítica ao multilateralismo do capital na era Xi Jinping”, André Barbieri resgata a perspectiva do socialismo revolucionário, presente na tradição histórica da luta de classes na China, para vislumbrar uma alternativa progressista à era da competição estatal entre potências, simbolizado pelo conflito entre o imperialismo norte-americano e o capitalismo bonapartista chinês. Nesta obra, o leitor encontrará uma análise materialista histórica do desenvolvimento moderno da China; a formação de sua classe trabalho nas circunstâncias particulares da política colonial ocidental; as revoluções e contrarrevoluções chinesas; os debates de estratégia que atravessaram o turbulento século XX; o papel do Partido Comunista Chinês ontem e hoje; e a necessidade de recuperar, de maneira criativa e inovadora, a teoria da revolução permanente, a hegemonia operária e a estratégia soviética no complexo tabuleiro da crise econômica internacional. Para isso, André Barbieri reconstrói os fundamentos teóricos do debate marxista à luz das interpretações de uma gama de intelectuais, clássicos e contemporâneos, que se ocuparam da China: Giovanni Arrighi, Perry Anderson, Alain Badiou, Domenico Losurdo, Isabella Weber, Michael Roberts, Slavoj Žižek, entre outros. Nesta rica composição de mosaicos, emerge uma visão nova sobre a possibilidade de reconstruir um imaginário socialista no século XXI, ligado à poderosa classe trabalhadora chinesa e à luta de classes na Ásia e em todo o mundo.
Vem aí: lançamento em fevereiro de 2025!
A Editora Iskra enviará os pedidos a todo o país, a partir do dia 17 de fevereiro.
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