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NACIONAL

BRASIL: Extrema direita | Pastores e bolsonaristas atacam LGBTQIA+ em votação contra o casamento homoafetivo

Por Diego Numes
Esquerda Diário
20 de setembro de 2023

Não existe ainda regulamentação em lei para o casamento homoafetivo, no entanto a base jurídica para a oficialização da união homoafetiva se realiza em uma decisão do STF de 2011. Doze anos depois uma bancada conservadora, que a política de frente ampla abre espaço para se alçar à Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, desengaveta a discussão para atacar direitos da comunidade LGBTQIA+. É importante lembrar que o PT liberou alianças com o PL de Bolsonaro para as eleições do ano que vem.

A sessão foi ocupada com a presença de diversos membros da comunidade LGBTQIA+ e, após cinco horas de provocações e mobilização, deputados da oposição e do governo decidiram por unanimidade que na próxima terça-feira (26) será realizada uma audiência pública com dez convidados favoráveis e dez contrários ao Projeto de Lei que pede o fim do reconhecimento do casamento homoafetivo. O que certamente será um show de horrores de argumentos LGBTfóbicos da extrema direita no país que mais mata transexuais e travestis no mundo, e que tem notícias diárias de violência de gênero.

Levar a bíblia cristã, ou qualquer outro livro mitológico considerado sagrado por qualquer grupo religioso, para uma discussão política na câmara dos deputados ataca diretamente a laicidade do Estado. As igrejas, no entanto, atuam politicamente e ideologicamente de acordo com seus interesses de poder, justamente na incapacidade do Estado burguês em garantir a separação real entre Estado e igreja.

As deputadas Herika Hilton (PSOL-SP) e Daiana dos Santos (PCdoB-RS) que, embora componham a frente ampla com o neoliberalismo de Lula/Alckmin, afirmaram que o relatório fundamentalista religioso dos deputados do PL é um ataque à cidadania e à dignidade da comunidade LGBTQIA+. É preciso que a esquerda pare de vender ilusões na frente ampla, pois esta é que abre cada vez mais espaço para a extrema direita.

Somente a classe trabalhadora organizada em cada local de trabalho, estudo e moradia, de forma independente do governo de frente ampla, junto com a juventude e toda a diversidade LGBTQIA+ é que pode dar uma resposta de fundo para o problema. Essa resposta passa por compor uma frente única operária, com centrais sindicais, sindicatos e organizações à frente, para derrotar a extrema direita e todos os ataques materiais, como as contra reformas trabalhista, da previdência e do Ensino Médio, que Lula/Alckmin declaram que não irão revogar, e os ataques ideológicos da extrema direita que ampliam o ódio de gênero e as opressões que se expressam em mais mortes para as mulheres e para a comunidade LGBTQIA+.