MUNDIALBrasil: Lula defende Assange: “É uma vergonha que um jornalista que denunciou falcatruas de um Estado contra outros esteja preso”Por Hora do Povo
6 de maio de 2023
Presidente defendeu uma campanha mundial pela libertação do jornalista e da “liberdade de denunciar”
Após acompanhar a cerimônia de coroação do monarca inglês Charles III, em Londres, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, durante entrevista coletiva, e chamou de “vergonha” a prisão do jornalista australiano Julian Assange. Fundador da plataforma WikiLeaks e responsável por denunciar crimes de guerra dos EUA no Iraque e Afeganistão, Assange está detido em uma penitenciária inglesa desde 2019.
“É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra os outros esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não fazer nada para libertar”, disse Lula cobrando uma postura de toda a imprensa na defesa do jornalista.
“Eu já mandei carta pro Assange, já escrevi artigos, mas eu acho que é preciso um movimento da imprensa mundial na defesa dele, não na defesa dele enquanto pessoa, mas na defesa da liberdade de denunciar”, acrescentou.
O presidente Lula afirmou que, ao chegar ao Brasil, vai ligar para o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, para tratar do tema. “Foi um assunto que eu esqueci de falar com ele”, disse.
Lula desembarcou na manhã desta sexta-feira (5) na capital inglesa e à tarde se reuniu com Rishi Sunak. “Precisamos colocar nossas teorias na prática de vez em quando para que a gente possa poder continuar falando em liberdade de expressão”, completou o presidente.
O jornalista é acusado pelos Estados Unidos de 18 crimes, incluindo espionagem, devido à publicação, em 2010, de mais de 700 mil documentos secretos que comprovam crimes de guerra e tortura por tropas estadunidenses nas invasões do Iraque e Afeganistão. Há mais de uma década, o governo dos EUA tenta extraditá-lo para que cumpra uma pena de mais de 175 anos nas prisões naquele país.
Na Inglaterra, Assange cumpre sentença por ter violado as condições de sua liberdade condicional quando se refugiou, em 2012, na embaixada equatoriana em Londres para evitar uma extradição.
Ele ficou sete anos asilado na embaixada do Equador, até 2019. Agora, enfrenta um processo de extradição para os Estados Unidos. Em 2022, o governo inglês chegou a aprovar a extradição de Assange, mas ela ainda não aconteceu.
Em todo o mundo, ativistas denunciam a ilegalidade da prisão e da manutenção de Assange em prisões sem qualquer condenação.
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